sábado, 17 de dezembro de 2016

Cashflow -Elementos de um Software Corporativo

Tenho visto muitos programas de controle de fluxo de caixa, mas a grande maioria parece ignorar o fato de que empresas de médio e grande porte não são mais domínios restritos a uma moeda e a uma região - vivemos na época do Big Data, das redes sociais e das empresas globais.
Ora, então por quê esses sistemas não são multi-empresa, multi-moeda e multi-região? Imagine que sua empresa seja uma multinacional com  escritórios em diversos países e caiba a você e seu time organizarem a caixa global, provendo dados de saúde financeira em tempo D-1,  com diversas moedas e estruturas de contas distintos - o que você faria para organizar isso em um curto espaço de tempo? Façamos algumas considerações, e me corrija caso discorde:

1. Origem das contas - Sua direção global precisa definir como ela quer ver o caixa da empresa de forma consolidada; que contas refletem o caixa e o disponível da empresa e qual a sua natureza de formação;

2. Estruturas locais  - você e seus pares precisam definir os caixas locais, e como esses caixas se refletem no caixa global - uma estrutura de "tradução" de contas - bom, aí já foram 50% do seu problema!

3. A questão da moeda - o câmbio diário vai influenciar os números e provavelmente o dólar será a moeda de mediação, mas a que valor na moeda local? Provavelmente o dólar do dia onde houver a operação. Vai ter de haver um sincronismo muito grande, mas é um problema fácil de resolver.

4. Movimentação -  Imagine ter de apenas entrar com os valores de entrada e saída, importar movimentação bancária, previsões de saldo e ver tudo "sair do outro lado" - alguns vão dizer: "só se tiver um ERP"; outros, que um sistema precisa ser feito para gerir tudo isso - eu diria sim e não. Por outro lado, planilhas com certeza não resolvem problemas dessa magnitude - sistemas globais. A melhor saída para sistemas globais de cash flow são sistemas, mas oriundos de um cuidadoso planejamento financeiro anterior, que vai dizer como tudo vai ser registrado e controlado.

5. Reporting e Análises - Essa é a "cereja do bolo" - ao controlarmos o caixa e suas origens de movimento podemos fazer dezenas de análises - da conciliação do movimento às projeções de resultado; no meu entender, o melhor "approach" seria capturar as entradas do sistema contábil, as projeções de planilhas, as cotações de moeda em tabelas externas e gerenciar isso com um banco de dados, que por sua vez será a base da parte analítica. Ai podemos usar o BI com qualquer produto, pois todas as informações poderão ser vistas em um único lugar. Sejam bem-vindos ao mundo dos data marts e da inteligência de negócios - montar um data mart para fluxo de caixa é um dos exercícios mais eficazes para entender o poder dessa ferramenta.

Quer montar um cashflow global? Fique ligado que nos próximos artigos vou descrever uma das muitas formas de se implementar essa solução a nivel global.

Obrigado a todos que me visitam - estou de volta!



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